Por: Vitor Abdala. Fonte: Agência Brasil.
Foto: alagoas24horas.com.br
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Uma cartilha lançada hoje (20) no Rio de Janeiro pretende mostrar a
educadores, pesquisadores e gestores públicos brasileiros como ouvir e
aproveitar propostas de crianças para melhorar a vida nas cidades. O livreto
Vamos Ouvir as Crianças?, da organização não governamental Centro de Criação de
Imagem Popular (Cecip), traz metodologias e atividades para se aproveitar
melhor as sugestões de crianças para políticas públicas nas cidades do país.
O lançamento ocorreu durante o 1º Seminário Criança e sua Participação
na Cidade, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O encontro ocorre
até amanhã (21). Tanto a ideia do seminário quanto da cartilha surgiram em uma
oficina feita com 100 crianças de 4 a 12 anos das favelas Santa Marta e
Babilônia, na zona sul do Rio de Janeiro, em que elas falaram sobre a vida e dificuldades
do cotidiano.
A cientista social Moana Van de Beuque, do Cecip, disse que no Brasil
não há a cultura de ouvir crianças sobre os problemas urbanos. No entanto,
segundo ela, o público infantil tem muito a dizer sobre diversos assuntos.
“Elas conhecem a realidade que elas vivem e sabem o que deve mudar. Elas
podem contribuir principalmente nas áreas que as afetam especialmente como
moradia, espaço de lazer, segurança, mobilidade”, disse Moana.
Para a secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do
Adolescente, Angélica Moura Goulart, participar do debate é um direito do
público infantil. “O olhar da sociedade ainda é ter a criança como objeto do
direito, é tutelar o direito da criança. E elas sempre têm algo a dizer. E
trazem no seu olhar uma grande sabedoria, porque seu olhar é descomplicado,
simples, direto. As crianças estão preocupadas com sua vida familiar,
comunitária, escolar, com a sustentabilidade.”
Segundo ela, ouvir a criança é um “avanço civilizatório”. Angélica diz
que a secretaria pretende levar a ideia de ouvir as crianças para todo o
governo federal.
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