Da Agência Brasil. Fonte: Ibahia
Fotos: jornalbrasil.com.br / img.r7.com/
Edição: Jorge Luiz da Silva
Aracaju, SE (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Estudos para a elaboração da
Diretriz levaram quase três anos e contaram com a participação de 40
especialistas
Pela primeira vez no mundo, os
médicos vão ter um conjunto de normas para avaliar as condições de pessoas com
deficiência física para a prática de esportes. A avaliação faz parte do
documento Diretriz do Esporte e do Exercício. Avaliação Cardiológica e do
Deficiente Físico, que vai ser apresentado durante o 68º Congresso Brasileiro
de Cardiologia, realizado a partir deste sábado (28) no Riocentro, zona oeste
do Rio.
“Colocamos um item inédito no
mundo inteiro, que é a avaliação dos paralímpicos, que nunca tiveram nada
relacionado a eles. Como está crescendo a participação deles nas competições
mundiais, fizemos questão de ter um capítulo de como preparar e como avaliar um
paralímpico”, disse o cardiologista e editor do documento, Nabil Ghorayeb, em
entrevista à Agência Brasil.
Os estudos para a elaboração da
Diretriz levaram quase três anos e contaram com a participação de 40
especialistas em cardiologia e medicina de esporte da Sociedade Brasileira de
Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Convidamos
pessoas que tinham convivência com coração de atletas, com esporte competitivo
e com nível de intensidade de exercício”, esclareceu o professor de
pós-graduação em cardiologia e medicina esportiva.
A Diretriz é um documento, com
atualizações em períodos de dois ou três anos, utilizado pelos médicos para
orientar os profissionais de saúde sobre exames a serem solicitados para avaliação
e acompanhamento da evolução de pacientes. No caso das normas de avaliação
dessa última Diretriz, o cardiologista informou que foram designados três
subgrupos - um de avaliação prévia para a participação em esportes, academias e
lazer. O grupo 2 foi focado nas principais doenças que matam nas atividades
físicas ou que complicam a vida das pessoas ou pacientes quando fazem
atividades físicas; e o terceiro foi para estudar os atletas paralímpicos.
Para o médico, com a proximidade
da Copa do Mundo e das Olimpíadas deve aumentar o número de pessoas que vão
buscar as atividades esportivas, por isso aumenta a importância da elaboração
da Diretriz. “Vai ser fácil seguir uma conduta uniforme. Os médicos faziam os
exames que achavam que deveriam ser feitos. Agora será uniformizado. E no
próprio Congresso vamos discutir o documento e os que tiverem dúvidas poderão
apresentar”, acrescentou, informando que a revisão das normas, para incluir os
avanços na medicina, será feita em 2015.
O diretor da Divisão Clínica do
Laboratório de Pesquisa, Treinamento e Simulação em Emergências
Cardiovasculares do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo, Sérgio Timerman, disse que a preocupação é que muita
gente, na busca por uma vida mais saudável, começa a fazer exercícios físicos
sem procurar um especialista antes para uma avaliação médica. “Procurar uma
vida saudável significa procurar saber também se a pessoa está saudável para
uma atividade física”, contou.
O médico alertou para os casos de
morte súbita que ocorrem durante a prática de exercícios sem uma avaliação
preliminar das condições físicas da pessoa. “Nessa avaliação inicial pode-se
detectar o risco ou não de essa pessoa fazer uma atividade que, em vez de
melhorar a qualidade de vida, leve a uma morte súbita”, explicou.
Sérgio Timerman defendeu que as
academias façam sempre testes físicos na admissão de novos usuários. “Existem
academias facilitando a entrada de pessoas sem nenhuma análise”, disse. Pelos
dados da SBC, atualmente apenas 10% da população fazem exercícios na frequência
recomendada, de cinco vezes por semana.
0 comentários:
Postar um comentário