Por: Carolina Sarres. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: 1.yimg.com/br / Ag. Brasil
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante
do Blog MUSIBOL)
Os casos de trabalho infantil no mundo tiveram redução de um terço entre
2000 e 2012, segundo dados do estudo Medir o Progresso na Luta contra o
Trabalho Infantil: Estimativas e Tendências, divulgado hoje (23) pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT). O número de crianças e
adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando nos últimos 12 anos caiu de 246
milhões para 168 milhões.
Para a OIT, o avanço no combate ao trabalho infantil foi possível devido
à intensificação de políticas públicas e da proteção social das crianças e dos
adolescentes nos últimos anos, acompanhada pela adesão a convenções da
organização e pela adoção de marcos legislativos sólidos no âmbito nacional. A
instituição verificou que os maiores progressos na queda do uso desse tipo de
mão de obra ocorreu entre 2008 e 2012.
De acordo com a OIT, essa redução, no entanto, não é suficiente para
eliminar as piores formas de trabalho infantil - meta assumida pela comunidade
internacional em parceria com a organização, por meio da Convenção 182. A
estimativa é que mais da metade das crianças envolvidas em algum tipo de
trabalho exercem atividades consideradas perigosas.
“Estamos nos movendo na direção correta, mas os progressos ainda são
muito lentos. Se realmente queremos acabar com o flagelo do trabalho infantil
no futuro próximo, é necessário intensificar os esforços em todos os níveis.
Existem 168 milhões de boas razões para fazê-lo”, declarou o diretor-geral da
OIT, Guy Ryder.
As piores formas de trabalho infantil são as consideradas perigosas -
atividade ou ocupação, por crianças ou adolescentes, que tenham efeitos nocivos
à segurança física ou mental, ao desenvolvimento ou à moral da pessoa. O trabalho
doméstico, por exemplo, é considerado uma das piores formas. Segundo a OIT,
aproximadamente 15 milhões de crianças estão envolvidas nesse tipo de
atividade. Só no Brasil, são quase 260 mil.
A divulgação do estudo levou em consideração a proximidade da 3ª
Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que será realizada em Brasília, em
outubro.
Regionalmente, o maior número de crianças em atividade no mercado de
trabalho está na Ásia - 78 milhões, cerca de 46% do total. Proporcionalmente à
população, no entanto, o Continente Africano é o que concentra o maior
percentual de menores de 18 anos envolvidos nesse tipo de atividade, 21%.
Em relação ao setor em que crianças e adolescentes são encontrados
trabalhando com maior frequência, a agricultura é o que tem a maior
concentração, 59% dos casos (98 milhões). Os setores de serviços (54 milhões) e
da indústria (12 milhões) também mostram incidência de uso de mão de obra
infantil, especialmente na economia informal.
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