Por: Daniel Lima. Fonte: Agência Brasil.
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Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante
do Blog MUSIBOL)
A lucratividade das empresas foi a grande responsável pelo crescimento
da arrecadação em agosto, informou o secretário adjunto da Receita Federal,
Luiz Fernando Teixeira Nunes. A Receita anunciou hoje (23) que o governo
federal arrecadou R$ 83,956 bilhões em impostos e contribuições em agosto,
recorde para o período. Houve crescimento real de 2,68% em relação ao mesmo
período de 2012, descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Segundo Nunes, o resultado mostra um cenário de
recuperação da economia.
Os tributos que mais refletem esse crescimento são o Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). De
acordo com o secretário adjunto, a estimativa mensal desses tributos, corrigida
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cresceu 18,81% entre janeiro
e agosto de 2013 ante o mesmo período do ano passado.
“Esse crescimento é forte e mostra um cenário de recuperação da
economia. É o reflexo da lucratividade da empresa no ano corrente”, destacou
Nunes.
O secretário adjunto lembrou ainda que, como os impostos de parte das
empresas são pagos pelo lucro presumido, se elas não estão utilizando o
balancete de suspensão – que dá direito a corrigir o pagamento acima do devido
–, é porque não estão tendo lucro abaixo do esperado. “As estimativas são
mensais e, evidentemente, elas avaliam que, se pagaram mais do que as demais,
podem fazer balancetes de suspensão. Mas a avaliação é que a estimativas vêm
aumentando e os balancetes de suspensão não são reajustados, pois o resultado
vem melhorando”, explicou.
De acordo com a Receita, entre os principais fatores que influenciaram a
arrecadação está o desempenho dos principais indicadores macroeconômicos,
incluindo a produção industrial, com crescimento de 1,35% entre dezembro de
2012 e julho de 2013, e a venda de bens e serviços (3,96% na mesma comparação).
Houve ainda, no período, aumento da massa salarial, de 11,65%, e do valor em
dólares das importações, de 4,63%. Todos os percentuais têm fato gerador em
julho e influência na arrecadação de agosto.
Diante desse cenário, a expectativa da Receita Federal é que a
arrecadação registre no final do ano crescimento de 3% em comparação ao mesmo
período de 2012, mesma projeção anunciada no mês passado por Luiz Fernando
Nunes. Ele informou que, para obter o resultado, o órgão não conta com a
arrecadação extra em decorrência de programas de refinanciamento de tributos
atrasados, que voltaram a ser estudados pelo governo e pelo Congresso Nacional.
“Não levamos em consideração os programas de recuperação fiscal [Refis].
Essa matéria não foi decidida no âmbito do Receita e da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional”, disse. O Fisco tem se posicionado, em diversas ocasiões,
contra os Refis. Perguntado sobre a decisão de reabrir esses programas, o
secretário adjunto disse que essas medidas não dependem do Fisco, mas sim do
Legislativo e de instâncias superiores do Executivo.
“A decisão política não é da Receita Federal. Ela envolve outras
variáveis, como variáveis econômicas. Dependem também da dificuldade de
empresas de determinados setores. A decisão é em outras esferas e não vou
opinar se elas são certas ou erradas se a sanção presidencial ocorrer.”
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