Por: Marcelo Brandão. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: ebc.com.br / correiobraziliense.com.br
/ mancheteatual.com.br
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação Itinerante
do Blog MUSIBOL)
O 46º Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro dançou no ritmo brega na
noite de sábado (21).
O filme Amor, Plástico e Barulho transportou o público para a cidade do
Recife, para conhecer Jaqueline e Shelly, cantora e dançarina da banda Amor com
Veneno.
Enquanto uma tenta resgatar o sucesso perdido, a outra se mostra uma
estrela em ascensão.
O público, que lotou mais uma vez o Cine Brasília, recebeu muito bem o
filme de Renata Pinheiro, e os muitos aplausos refletiram isso.
“Gostei muito do filme. A fotografia é bem bonita e a atuação das
meninas é sensacional, trouxe uma verdade para a história”, analisou o
empresário Fred Belchior. “Achei o filme envolvente. As atrizes conseguiram
chamar a atenção do público para a história”, disse a publicitária Larissa
Matos.
Renata, por sua vez, não escondia a felicidade por estar mais uma vez no
festival. “Minha sensação de estar aqui é de uma felicidade plena. Eu estreei
aqui com o meu primeiro curta-metragem, e o meu grande desejo era estar aqui
com meu primeiro longa, e a gente foi selecionado. Adoro esta plateia, este
povo participativo”, disse a diretora Renata Pinheiro.
Pernambucana, ela tem visto de perto a fértil cena cinematográfica que
deu o próximo filme brasileiro aconcorrer ao Oscar. Para ela, um dos
responsáveis pelo sucesso do cinema local são os programas de incentivo
cultural do governo estadual, que dão liberdade ao cineasta de criar sem
precisar se adequar a interesses comerciais. O que, segundo ela, ajudou no
desenvolvimento de uma marca na produção daquele estado.
“O cinema de Pernambuco, hoje, é um cinema livre, autoral. As pessoas
acreditam, levam isso até o final e há uma diversidade incrível lá. Cada
diretor faz o filme que acredita e transmite para ele uma carga pessoal muito
grande. Talvez uma marca do cinema pernambucano é ser um cinema corajoso”,
analisou.
Além de Amor, Plástico e Barulho, outras produções foram exibidas,
dentre elas o curta-metragem O Gigante Nunca Dorme e o longa Morro dos
Prazeres, ambos documentários. O curta retratou o início do Movimento Passe
Livre, em Brasília. O movimento deu seus primeiros passos em 2005, e também
participou ativamente das manifestações de junho, que pararam grandes cidades.
Antes da exibição do filme, militantes do Movimento Passe Livre subiram ao
palco do festival. Mascarados, eles estenderam a faixa Tarifa Zero e foram
aplaudidos.
O curta Morro dos Prazeres mostrou um pouco da rotina da favela de mesmo
nome, um ano após a pacificação. O documentário mostra a dificuldade de
implantar a política de pacificação em uma comunidade dominada pelo tráfico por
décadas. As cenas mostram que moradores aprenderam a temer e odiar a polícia,
que também precisa descobrir qual a melhor forma de atuar na rotina da vida na
favela. Situações pontuais, algumas do ponto de vista da polícia e outras dos
moradores, mostram como essa relação é tensa, frágil e requer muito cuidado das
duas partes.
“Gostei do filme, é muito crítico nos dois sentidos. Dá para analisar os
dois lados da moeda”, opinou a jornalista Andreia Verdelio.
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