Por: André Richter. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: portalrcr.com.br / wikimedia.org
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou ontem (24) a criação do
partido Solidariedade, fundado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o
Paulinho da Força Sindical. A legenda será identificada com o número 77. Com o
registro, o Brasil passa a ter 32 partidos registrados no TSE. O partido
conseguiu apoiamento de 503 mil eleitores no país, número superior ao mínimo de
0,5% de apoiamentos em relação ao eleitorado.
Por 4 votos 3, a maioria dos ministros entendeu que o partido cumpriu os
requisitos para obtenção do registro. As ministras Laurita Vaz, Cármen Lúcia, e
os ministros Otávio de Noronha e Dias Toffoli votaram a favor da concessão do
registro.
Os votos divergentes foram de Marco Aurélio e Luciana Lóssio. Eles
seguiram o voto do ministro Henrique Neves, relator do pedido de registro. Ele
entendeu que o registro do Solidariedade não poderia ser concedido porque as
fichas de apoiamento de eleitores entregues ao tribunal estão incompletas.
Segundo o ministro, as fichas devem ser anexadas à lista com os nomes de
apoiadores.
Em parecer enviado segunda-feira (23) ao TSE, o vice-procurador
eleitoral Eugênio Aragão, empossado na semana passada, informou que há indícios
de fraude nas assinaturas de apoiadores do Solidariedade e pediu que a Polícia
Federal investigue o caso.
Na sessão de hoje, o procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, defendeu
a posição do Ministério Público e disse que o pedido de investigação foi feito
porque foram apontados indícios de fraude no processo, como utilização do Sindicato
dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União
(Sindlegis) para obtenção das assinaturas.
A advogada do Solidariedade, Maria Cláudia Bucchianeri, defendeu que o
parecer de Aragão fosse desconsiderado pelos ministros do TSE, por entender que
o Ministério Público não poderia impugnar o registro do partido, após parecer
conclusivo a favor do partido feito pela ex-procuradora eleitoral Sandra
Cureau. De acordo com a advogada, o registro deve ser concedido, porque o
partido cumpriu todos os requisitos da Justiça Eleitoral.
Sobre as acusações de irregularidades nas fichas de apoiamento entregues
ao TSE, a defesa do Solidariedade declarou que a possibilidade de duplicidade
de nomes de eleitores é nula. Maria Cláudia Bucchianeri esclareceu que
cartórios eleitorais estaduais conferem as assinaturas para impedir que o
eleitor apoie duas vezes o mesmo partido. “Eventuais dúvidas sobre as certidões
devem ser apuradas pela via do inquérito”, disse a advogada.
O ministro Henrique Neves, relator do pedido de registro, declarou que
não há como presumir informações falsificadas nas certidões. “Não há como
presumir que as certidões teriam dados falsos”. O que se presume é que análise
das certidões foram criteriosas e técnicas. As suspeitas foram encaminhadas ao
Ministério Público e à Polícia Federal para investigação e as assinaturas não
foram atestadas”, disse Neves.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), fundador do partido, disse
hoje (24) que o Solidariedade cumpriu todas as formalidades necessárias para
obter registro no TSE.
Em nota, o Sindlegis disse que são inverídicas as acusações de que dados
pessoais de filiados foram usados para preencher fichas de apoio ao partido
Solidariedade.
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