Por: Akemi Nitahara. Fonte: Agência Brasil.
Fotos: abi.org.br / google.com.br
/ brasilverdade.net
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL
Personalidades internacionais que denunciaram escândalos de espionagem e
vazamento de informações confidenciais foram homenageadas hoje (20) na
Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A primeira entrega da Medalha de
Direitos Humanos da ABI foi dedicada a Julian Assange, Edward Snowden, Glenn
Greenwald, Bradley Manning, Aaron Swartz e Mordechai Vanunu.
De acordo com diretor da Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos
Humanos da ABI, Mário Augusto Jakobskind, a homenagem é uma forma de reconhecer
os serviços prestados à humanidade, ao direito de cidadania e ao direito à
informação.
“É uma lembrança também para mostrar para o Brasil que hoje o mundo é
global, nós precisamos ter solidariedade a figuras desse porte que sacrificam
suas vidas pessoais, inclusive com ameaças à própria vida, ao direito de ir e
vir. Eles precisam ser lembrados, tornados figuras públicas e homenageadas,
pois estão prestando um serviço de utilidade pública à comunidade internacional,
à humanidade mesmo”.
Jakobskind lembra que o direito à informação está relacionado ao pleno
exercício da cidadania, quando é uma informação “sem subterfúgios e sem
manipulações”. “O principal da homenagem é para que a comunidade internacional
tome conhecimento que entidades brasileiras que participam das mobilizações e
movimentos sociais estão reconhecendo os serviços prestados por esses cidadãos
pelas informações, inclusive relacionados ao Brasil, a espionagem que todos nós
sabemos, essa ocorrência lamentável. E graças a ele [Snowden], na verdade nós
confirmamos o que já sabíamos, por indícios ou por uma série de questões, agora
é confirmado”.
O norte-americano Edward Snowden está envolvido na divulgação do
escândalo da espionagem feita pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos
Estados Unidos. Ele tornou público os detalhes de como é feita a vigilância
sobre o tráfego de informações e foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Snowden
vive em Moscou, na Rússia, onde conseguiu asilo político depois de passar um
mês no aeroporto da cidade.
O advogado e escritor Glenn Greenwald divulgou as informações repassadas
por Snowden no jornal britânico The Guardian. Seu companheiro, o brasileiro
David Miranda, foi detido no Aeroporto de Heathrow, onde passou por
interrogatório e teve seus pertences apreendidos. Atualmente, Greenwald mora no
Rio de Janeiro.
O australiano Julian Paul Assange é responsável pelo site Wikileaks, que
tem publicado uma série de denúncias e informações sigilosas do governo
norte-americano, inclusive relacionadas ao tratamento dos prisioneiros de
Guantánamo e o envolvimento dos Estados Unidos nas guerras do Afeganistão e
Iraque e telegramas secretos da diplomacia. Foi considerado Homem do Ano de
2008 na Franca e entrou na lista dos 100 homens mais influentes do planeta da
revista Times em 2011. Assange vive há um ano na embaixada do Equador, em
Londres.
O soldado norte-americano Bradley Edward Manning foi preso em 2010 e
condenado a 35 anos de prisão por acesso e divulgação de informações sigilosas.
Ele foi acusado de vazar 700 mil documentos para o Wikileaks, mas a acusação
não foi provada. A após a divulgação da sentença, ele pediu para passar por
tratamento hormonal e passou a se chamar Chelsea Elizabeth Manning.
Também norte-americano, o ativista Aaron Hillel Swartz ajudou a criar a
licença Creative Commons, que possibilitou acesso a milhões de arquivos
públicos do judiciário norte-americano, textos acadêmicos e bancos de dados. Em
2011 ele foi preso, acusado de compartilhar artigos em domínio público pagos
pela revista científica JSTOR e de invasão de computadores. Ele suicidou-se em
janeiro deste ano. Depois da morte, promotoria retirou as acusações contra ele.
O último homenageado nesta primeira edição da medalha é Mordechai
Vanunu, que nasceu no Marrocos e se tornou técnico nuclear em Israel. Ele
revelou informações sobre o programa nuclear israelense, divulgadas pela
imprensa britânica em 1986. Vanunu foi sequestrado em Londres pelo serviço
secreto israelense e condenado por traição. Ficou 18 anos preso, mais de 11 em
cela solitária.
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