Fonte e fotos: Ibahia
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante do Blog
MUSIBOL)
Eduardo Bueno e Laurentino Gomes em animado bate-papo
sobre a história do Brasil e também sobre os dias atuais
Debate sobre história e cidadania
encerra segundo dia da Flica
Na última mesa desta quinta-feira
(24), bate-papo foi protagonizado pelos jornalistas Laurentino Gomes e Eduardo
Bueno
Um bate-papo bem-humorado sobre a
história do Brasil encerrou o segundo dia da Festa Literária Internacional de
Cachoeira (Flica). Durante quase duas horas e meia, os jornalistas Laurentino
Gomes e Eduardo Bueno, ambos ganhadores do prêmio Jabuti por suas obras,
discutiram o processo que transformou o Brasil no país que hoje conhecemos.
"O brasileiro espera que o estado resolva tudo por ele. Por isso ele não
participa da vida política. Mas o estado não constrói cidadania. Quem constrói
a cidadania é a sociedade civil", acredita Laurentino.
Autor dos livros '1808', '1822' e
do recém-lançado '1889', Laurentino diz que construir cidadania é o maior
desafio nos dias de hoje. "O estado é o espelho da sociedade. O brasileiro
às vezes prega o fechamento do Congresso e a volta do general, diz que todo
mundo é corrupto, mas ele próprio joga lixo na rua, fura fila, desrespeita o
sinal, coloca o som alto de madrugada sem se preocupar com o vizinho e corrompe
o agente público se for do seu interesse. Isso é antirrepublicano".
Sempre bem-humorado e arrancando
gargalhadas do público, Eduardo Bueno concorda. Para ele, é costume do
brasileiro culpar os políticos por todos os problemas do país. "Mas somos
agentes históricos, e fazemos escolhas todos os dias. Escolhemos se faremos ou
não exercício, se vamos comer uma comida melhor ou não", pontua.
Carola Saavedra, Laurentino Gomes, Fabrício Carpinejar e Sylvia Day
À luz das recentes discussões
sobre a censura de biografias não autorizadas, Laurentino disse: "Não
tenho nada contra biografias 'chapa branca'. Mas não podemos proibir as
biografias não autorizadas, porque assim estaremos engessando a história",
opina.
Dono de um discurso politizado, o
escritor também falou sobre as manifestações que ocorreram recentemente no
país: "Não devemos nos assustar com as manifestações, elas são parte da
democracia. Apesar de democracia não se fazer no grito, ela é também um sinal
de vitalidade, especialmente por parte dos jovens. Significa que os jovens se
interessam, sim, pela vida política".
A programação da Flica continua
nesta sexta-feira (25), às 10h, com a mesa 'O Não Legado da Literatura', com o
escocês Ewan Morrison e o mineiro Sérgio Rodrigues.
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