Por: Cristina Indio do Brasil. Fonte: Agência Brasil
Fotos: ebc.com.br/ fimdejogo.com.br / pt.uefa.or
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
As análises para controle antidoping da Copa de 2014 poderão
ser feitas em uma unidade de um laboratório estrangeiro a ser instalada no Rio
de Janeiro em caráter temporário para atender à competição. A Autoridade
Brasileira de Controle de Dopagem, do Ministério do Esporte, prepara a proposta
de instalação da unidade para apresentá-la à Federação Internacional de
Futebol.
“Um laboratório que esteja acreditado monta uma operação
satélite no Rio de Janeiro para atender, especificamente, à Copa do Mundo. Essa
operação precisa ser acertada com a Fifa e depois aprovada pela Agência Mundial
Antidoping [AMA]”, esclareceu o diretor executivo da Autoridade Brasileira de Controle
de Dopagem, Marco Aurelio Klein, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o diretor, essa é a opção para fazer, no Brasil, os
exames de sangue e de urina do Mundial de Futebol que vai ocorrer no país, uma
vez que o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (Ladetec) foi
descredenciado pela AMA, em agosto deste ano, por falhas em exames antidoping.
Antes do descredenciamento, todos os exames de competições
esportivas brasileiras – como os dos jogos de futebol da Taça Libertadores da
América – e de países próximos (Argentina, Uruguai e Chile) eram feitos no
Ladetec, que pertence ao Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, na Ilha do Fundão, zona norte do Rio. No caso dos campeonatos de
primeira e segunda divisões, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
encaminha as análises de controle de dopagem a um laboratório de Bogotá, na
Colômbia.
Para Marco Aurelio Klein, a falta do laboratório no Brasil
representa um problema porque a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem se
prepara para lançar um programa antidoping no país. “Temos planos de começar em
2014 um programa nacional antidopagem. Pela primeira vez, [teremos] um programa
sistêmico de controle de dopagem, abrangendo todo o esporte brasileiro de
ponta. Não ter o laboratório neste momento é um problema sério para nós.”
Para conseguir nova acreditação, os ministérios do Esporte e
da Educação estão investindo na construção de um prédio e no reequipamento do
laboratório, em frente ao local atual. O diretor disse que o Ministério do
Esporte é responsável por 80% dos recursos que estão sendo aplicados na obra e
o da Educação, pelo restante. De acordo com o ministério do Esporte, foram
repassados à Universidade Federal do Rio de Janeiro, R$ 15,7 milhões.
Junto com o diretor do Ladetec, Francisco Radler, o diretor
executivo da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, participou de uma
reunião em setembro, na sede da AMA, em Montreal no Canadá, para discutir a
situação do laboratório brasileiro. De acordo com Klein, ficou acertado que
logo que as obras e as instalações dos equipamentos mais modernos estejam
concluídas, o governo brasileiro pedirá o recredenciamento do Ladetec.
“O processo [nova acreditação] inclui visitas de
acompanhamento, orientação e auditorias, além de uma sequência de testes que
são feitos para avaliação da calibragem dos equipamentos, que é um processo
técnico. Isso que foi combinado com a AMA é que nos permite dizer que estaremos
com o novo laboratório acreditado em julho ou agosto de 2015”, esclareceu Marco
Aurelio Klein. A previsão dele é usar o novo prédio do Ladetec durante os Jogos
Olímpicos de 2016,
O diretor informou que, até lá, os exames de controle de
dopagem serão feitos por laboratórios fora do país. “Estou conversando com
outros laboratórios para ver qual pode nos atender e de preferência que seja em
um país que tenha acordos de cooperação internacional com o Brasil, o que
facilita bastante este tipo de operação”, informou.
A América Latina tem quatro laboratórios, o do México que foi
acreditado este ano; um em Havana, em Cuba; o de Bogotá, na Colômbia, e o do
Rio de Janeiro, no Brasil, que é o mais antigo. No Hemisfério Sul há apenas
mais dois laboratórios, além do brasileiro. Um em Joanesburgo, na África do Sul
e outro em Sydney, na Austrália. “O nosso, no momento, não está acreditado, mas
será novamente”, completou Klein.
Edição: Talita Cavalcante//Matéria e título alterados às 11h
para corrigir informação. O laboratório não será monitorado por satélite.
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