Por: Thais Leitão. Fonte: Agência Brasil
Fotos: jm1.com.br / 4.bp.blogspot.com
/ acidentevascularcerebral.com
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Apontado como uma das principais causas de internação e morte
no país, o acidente vascular cerebral (AVC) pode ser prevenido, em boa parte
dos casos, com hábitos saudáveis no decorrer da vida, como a prática moderada
de exercícios. No Dia Mundial de Combate ao AVC, lembrado hoje (29),
especialistas alertam que a busca por atendimento médico de emergência logo
após o aparecimento dos primeiros sintomas é fundamental. O atendimento rápido
garante que a aplicação dos medicamentos ocorra antes de quatro horas e meia,
período considerado chave para reduzir a mortalidade.
De acordo com a Organização Mundial de AVC, a doença é
responsável por 6 milhões de mortes a cada ano. Dados do Ministério da Saúde
mostram que entre 2000 e 2010, a mortalidade por acidente vascular cerebral no
país caiu 32% na faixa etária até 70 anos, que concentra as mortes evitáveis.
Apesar disso, só em 2010, mais de 33 mil pessoas morreram em decorrência de AVC
nessa faixa etária.
Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e presidente
da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro, o médico Eduardo Barreto
acredita que o desconhecimento da população sobre os sintomas é uma dos maiores
dificuldades no combate ao AVC.
"Um dos maiores problemas que percebemos é o
desconhecimento dos sintomas, que servem como sinal de alerta e, se fossem
identificados adequadamente, poderiam evitar verdadeiras catástrofes provocadas
pelo AVC", disse ele, que citou como principais sintomas a fraqueza ou
dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, entender o
interlocutor ou enxergar, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem
motivo aparente. "Assim que algum
dessas situações for percebida, é preciso buscar imediatamente assistência
médica de urgência", acrescentou.
O especialista ressaltou que quando o atendimento ocorre em
tempo hábil é possível submeter o paciente a exames para determinar o tipo de
AVC e a área do cérebro atingida e fazer os procedimentos necessários, como a
injeção de medicamentos que dissolvem o coágulo. Ele enfatizou que, com isso,
as possibilidades de recuperação são muito maiores. Barreto destacou que, sem o
diagnóstico precoce, o AVC pode provocar, com mais frequência, o
comprometimento irreversível do cérebro, causando perda da noção das relações -
capacidade de o paciente identificar se uma pessoa é sua mãe, esposa ou filha,
por exemplo - sequelas motoras, como paralisia de pernas e braços e perdas de
linguagem. Ele acrescentou que os fatores que aumentam as chances de ocorrer um
AVC são a hipertensão, o diabetes, fumo, álcool, a alta taxa de colesterol e o
sedentarismo. A doença atinge principalmente idosos com mais de 60 anos de
idade, porém há registros de ocorrências em jovens e recém-nascidos.
O AVC é causado pela interrupção brusca do fluxo sanguíneo em
uma artéria cerebral provocada por um coágulo, denominado isquêmico, ou o
rompimento de um vaso sanguíneo provocando sangramento no cérebro, chamado
hemorrágico. O AVC isquêmico é o mais comum, representando mais de 80% dos
casos da doença.
A Organização Mundial de AVC recomenda, para saber se uma
pessoa está tendo a doença, primeiramente pedir que ela sorria e verificar se o
sorriso está torto. Em seguida, observar se ela consegue levantar os dois
braços. Outro passo é notar se há alguma diferença na fala, se está arrastada
ou enrolada. Caso seja identificado algum desses sinais, deve-se procurar
imediatamente um serviço de saúde.
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