Por: Aline Valcarenghi. Fonte: Agência
Brasil
Fotos: hivempauta.files.wordpress.com
/ info.abril.com.b
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Está em consulta pública um protocolo de atendimento do
governo que prevê tratamento contra a aids para todos os adultos que sejam
diagnosticados soropositivos, independentemente do estágio da doença. A
expectativa do Ministério da Saúde é que a expansão da oferta de tratamento
gratuito chegue a mais 100 mil pacientes.
O protocolo atual usado pela rede pública de saúde prevê que
o tratamento seja fornecido ao paciente com aids que tiver CD4 (células de
defesa do organismo) abaixo de 500 para cada milímetro cúbico de sangue. Desde
o início de 2013, também podem receber o tratamento casais sorodiscordantes
(aqueles em que um dos parceiros tem o vírus e o outro não), com CD4 acima de
500 células para cada milímetro cúbico de sangue, pacientes que convivem com
outras doenças, como tuberculose e hepatite, e pacientes assintomáticos com CD4
menor de 500.
Com o novo protocolo, o tratamento poderá chegar a um grupo
de pacientes que têm CD4 acima de 500, não apresentam os sintomas da doença e,
portanto, não podem receber o tratamento gratuito conforme o protocolo vigente.
Segundo o Ministério da Saúde, estudos internacionais mostram que o uso precoce
de antirretrovirais reduz em 96% a taxa de transmissão do HIV.
O Ministério da Saúde estima que atualmente cerca de 700 mil
pessoas vivam com HIV e aids no país, mas 150 mil não sabem que têm o vírus ou
a doença. Ao todo, 313 mil recebem tratamento com medicamentos antirretrovirais
gratuitos. O Brasil registra, em média, cerca de 38 mil casos de aids por ano. Desde
os anos 80, quando teve início a epidemia, foram contabilizados 656 mil casos.
O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do
Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, destaca que a medida terá efeito benéfico
especialmente sobre as populações mais vulneráveis ao HIV, entre elas homens
que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e pessoas que usam drogas. Ele
ressalta que o Brasil será o primeiro país em desenvolvimento a adotar a
política de tratamento como prevenção.
A consulta pública está aberta para contribuições da
sociedade até o dia 5 de novembro. A validação das proposições recebidas e
elaboração da versão final consolidada do protocolo será coordenada pelo
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, que deve finalizar o documento no
próximo mês.
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