Por: Wellton Máximo. Fonte: Agência Brasil
Fotos: 2dayconsultoria.com.br / farm4.staticflickr.com
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Apesar de se declarar moderado na hora das compras, o
brasileiro não resiste aos impulsos e leva para casa produtos sem planejamento,
revela pesquisa divulgada hoje (22) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC
Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O
levantamento mostra uma contradição no comportamento do consumidor: 88% dos
entrevistados declaram-se moderados ou conservadores na hora de fazer compras,
mas 47% admitiram terem comprado produtos que sequer chegaram a usar.
O estudo constatou a tendência de o brasileiro usar o consumo
para satisfazer as vontades pessoais. De acordo com a pesquisa, 62% dos
entrevistados declararam pensar em compras supérfluas do mês seguinte antes
mesmo de receber o salário. Além disso, 59% disseram ter comprado um produto
pensando que o merece, sem analisar as condições financeiras.
Para o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, as
compras por impulso são resultado tanto de fatores psicológicos como
socioeconômicos. Segundo ele, boa parte do contingente de 40 milhões de pessoas
que subiram para a nova classe média na última década tem usado o consumo para
se encaixar na sociedade.
“Existe um processo de redefinição da identidade de classe
pelas pessoas que subiram de classe social. Por uma questão de status, elas
compram mais para impressionar a família, os amigos e obter autoestima. Sem
planejamento, essas pessoas adquirem produtos de que não precisam de fato e
acabam se endividando excessivamente”, explica Borges. Ele ressalta que o
levantamento mostrou que 12% dos consumidores fazem questão de ter acesso a
tecnologias de ponta assim que são lançadas. “Será que tem necessidade?”,
questiona.
De acordo com o gerente do SPC, o consumidor deve ser ainda
mais cuidadoso com as compras em tempos de aperto no crédito e baixo
crescimento da economia. “Os bancos estão aumentando os juros e reduzindo a
oferta de crédito. O emprego está crescendo menos. Isso deveria ser um sinal de
alerta para a população, mas o consumidor continua gastando muito, mesmo num
cenário menos otimista”, diz.
Além dos fatores sociais e culturais, o especialista cita a
falta de educação financeira como uma das principais causas para a
impulsividade do consumidor. “Quem tem educação financeira tende a saber definir
prioridades e organizar gastos e passa até a ter maior controle psicológico
sobre a impulsividade. Se esse tipo de conhecimento for trabalhado desde a
idade escolar, o consumidor chegará à idade adulta com maior controle sobre os
gastos”, destaca.
0 comentários:
Postar um comentário