Por: Flávia Villela. Fonte: Agência Brasil
Fotos: brasil247.com / bndes.gov.br
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Os investimentos na economia brasileira devem crescer cerca
de 26% entre 2014 e 2017, na comparação com os quatro anos imediatamente
anteriores. Os dados fazem parte da pesquisa Perspectivas de Investimento no
Brasil 2014-2017, divulgada hoje (21) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). As empresas que atuam no país devem investir R$
3,98 trilhões a partir do ano que vem até 2017. Os investimentos na economia de
2009 a 2012 foram aproximadamente R$ 3,15 trilhões.
De acordo com o economista-chefe do BNDES, Fernando Pimentel
Puga, após queda na participação do Produto Interno Bruto (PIB) de 19,1% para
18,1% entre 2011 e 2012, influenciada pela crise financeira mundial, a
trajetória de alta da taxa de investimento está sendo retomada.
“Estamos vendo um desempenho muito bom nesses nove meses do
ano - 18,9% [do investimento]. Neste ano, já teremos um crescimento duas a três
vezes maior que o do PIB”, comentou, ao defender que o cenário internacional
será mais benigno e o crédito privado será retomado nos próximos anos.
Puga ressaltou os investimentos na indústria, que devem
superar R$ 1,1 trilhão, com aumento de 24,3% em relação às aplicações dos
quatro anos anteriores. O economista adiantou que o setor de petróleo e gás vai
liderar os investimentos na indústria, com previsão de R$ 458 bilhões para o
quadriênio 2014-2017, contra R$ 311 bilhões no quadriênio anterior.
“Esse setor está sendo o grande investidor da indústria, com
perspectiva de crescimento robusto de 8% ao ano. A depender do resultado do
leilão do Campo de Libra - marcado para hoje (21) no Rio de Janeiro -, é
possível que o investimento seja ainda maior”, comentou Puga, acrescentando que
a pesquisa utilizou dados de planos estratégicos da Petrobras e das empresas do
setor de petróleo e gás.
Ele também chamou a atenção para o setor automobilístico, com
a sinalização de maior dinamismo do consumo de bens duráveis. Os investimentos
no setor automotivo (montadoras e peças) são estimados em R$ 74 bilhões.
Ainda na indústria, os setores de extração mineral e
siderurgia foram os únicos com previsões de queda para os próximos quatros
anos. Em comparação com 2009-2012, os investimentos no setor de minério no
período devem cair 31,9% (R$ 47,7 bilhões ante R$ 70 bilhões) e no setor de
siderurgia, 68,2% (investimentos de R$ 10,4 bilhões ante R$ 32,6). O estudo
sugere que a queda dos investimentos no setor extrativista mineral deve-se ao
arrefecimento da demanda, ao excesso de capacidade da indústria de mineração e
ao aumento dos custos operacionais em quase todos os países produtores.
Os maiores investimentos estão previstos em agricultura e
serviços: R$ 1,5 trilhão em 2014-2017, um aumento de 30,9% na comparação com o
quadriênio anterior. Os investimentos em residências devem passar de R$ 867
bilhões (22% de aumento) e em infraestrutura, de R$ 509,7 bilhões (24,8% de
aumento).
Este é o oitavo ano da pesquisa, que mapeia 17 setores da
economia responsáveis por 58% dos investimentos, e faz projeções para as demais
áreas, que respondem por 48% do total da formação bruta de capital fixo.
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