Fonte e fotos: Ibahia
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante do Blog
MUSIBOL)
Os palestrantes falaram sobre as
dificuldades em seus respectivos campos e deram conselhos para os profissionais
entrando no mercado da cultura no país
Com a proposta de discutir a
cadeia produtiva da música e a economia da cultura no contexto brasileiro,
aconteceu na quarta-feira (23) o I Seminário de Música e Empreendedorismo.
Promovido pela Pracatum Escola de Música e Tecnologias, o evento, que fez parte
da programação da Feira do Empreendedor da Bahia, teve a participação de
Carlinhos Brown, do produtor musical Liminha e da cenógrafa Bia Lessa. O
secretário do Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, Guilherme
Bellintani, foi o mediador do debate.
Vindos de diferentes áreas, os
palestrantes falaram sobre as dificuldades em seus respectivos campos e deram
conselhos para os profissionais entrando no mercado da cultura no país. O
evento foi marcado pela busca de posicionamentos do governo, tanto por parte
dos palestrantes quanto por parte da plateia, troca de experiências e
perspectivas para o carnaval de Salvador.
Bia Lessa, Liminha, Guilherme
Bellintani e Carlinhos Brown palestraram no I Seminário Música e
Empreendedorismo, durante a Feira do Empreendedor
Na abertura da mesa, Bellitani
mencionou a riqueza cultural do Candeal, bairro onde Brown nasceu. “Carlinhos
veio do tudo! Quem vem do Candeal não pode dizer que veio do nada. Seu berço é
de ouro e de muitas outras coisas”, afirmou o secretário.
A cenógrafa, curadora e diretora
Bia Lessa passou algumas de suas experiências com arte e a importância de o
artista encontrar e afirmar sua individualidade como forma de se diferenciar no
mercado. Ela ainda opinou sobre o papel do governo como promotor da cultura: “É
fundamental a presença do Estado e o Estado tem que decidir, de fato, a sua
conduta. Se é junto com os homens ou junto com os negócios”, afirmou. Bellitani
respondeu que saber dosar a intervenção do Estado é um dos maiores desafios do
gestor público.
Já o produtor musical Liminha
alertou para a falta de reconhecimento do trabalho do produtor no país. “Eu já
ganhei um Grammy, mas, aqui no Brasil, nunca ganhei um prêmio por produção de
disco”, disse ele, que já produziu quinze dos discos de Gilberto Gil. Para os
produtores iniciantes, recomendou que lutassem sempre para terem seus nomes nas
contracapas de cd’s e dvd’s.
Para falar de música e
criatividade, Carlinhos Brown foi buscar no inconsciente coletivo a explicação
para a musicalidade baiana. Sobre a produção musical na Bahia, o cacique
assumiu postura crítica, principalmente em relação ao Axé. “A música na Bahia
está empreendida. Quem é essa cidade, Salvador, empreendida? Uma cidade onde
seus músicos se desafinaram com sua geração, com o seu povo”, declarou.
Como não poderia deixar de
acontecer, a conversa caminhou para as perspectivas do Carnaval de 2014. Bia
comentou a falta de estética dos trios elétricos e Carlinhos criticou a
estrutura da programação da festa, “O que vem atrapalhando o carnaval da Bahia
é uma questão de programação. É a estrutura da programação que impede a gente
de ver outras coisas. A Praça Castro Alves está lá, é uma questão de saber
usá-la. O que é também inadmissível para todos nós é querer que todo mundo
toque sete dias de carnaval, isso é gulosidade, como se diz no popular. O
negócio é dividir”, afirmou.
Guilherme Bellintani falou sobre
a arrecadação da Prefeitura no Carnaval, “em 2014, faremos o primeiro carnaval
da história da cidade em que o investimento público é exatamente o mesmo do
arrecadado com patrocínios privados. Esse ano gastaremos R$ 28 milhões e
arrecadaremos R$ 28 milhões”, garantiu o secretario.
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