Por: James Gallagher. Fonte: Ibahia / bbc.co.uk
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Obesidade | Foto: PA (bbc.co.uk)
Um estudo americano mostrou que
bactérias que vivem em nosso aparelho digestivo podem contribuir para a redução
de peso.
Uma experiência em laboratório
revelou que camundongos engordavam ao receberem bactérias do aparelho digestivo
de pessoas obesas. O inverso também foi comprovado: ao receberem bactérias de
pessoas magras, as cobaias engordaram menos. A descoberta feita nos Estados
Unidos foi divulgada na prestigiada revista especializada Science.
Os pesquisadores da Escola de
Medicina da Washington University in St. Louis, no Estado americano do
Missouri, retiraram bactérias do aparelho digestivo de pessoasgêmeas com uma característica
peculiar: um era gordo e outro era magro. As cobaias que receberam a ba ctéria
do gêmeo obeso ganharam peso e acumularam mais gordura do que aquelas que receberam a
bactéria do gêmeo magro. Os cientistas utilizaram apenas camundongos que foram
criados em ambientes estéreis, garantindo a ausência de qualquer bactéria intestinal
antes do estudo.
Um desdobramento interessante
ocorreu quando dois camundongos que receberam tipos diferentes de bactérias
foram colocados no mesmo ambiente. Nesse caso, os dois permaneceram magros. Como as
cobaias comem as fezes umas das outras, os animais que receberam, no princípio,
a bactéria do gêmeo obeso, acabaram adquirindo a bactéria do gêmeo magro por meio de suas
fezes, o que os ajudou a permanecer saudáveis. Isso ocorreu, porém, apenas
quando os dois camundongos recebiam uma dieta com pouca gordura e muita fibra. Quando
submetidos a uma dieta rica em gorduras e pobre em fibras, os dois ganharam
peso.
O estudo encontrou diferenças no
modo como os dois tipos de bactéria - a do gêmeo magro e a do gêmeo obeso -
agiram ao digerir fibra e gordura.
Obesidade. Foto: Ibahia.
De modo geral, as bactérias
intestinais do gêmeo magro se saíram melhor ao digerir fibras, levando ao
surgimento de ácidos graxos. Isso significa uma produção maior de energia no processo, com
substâncias químicas prevenindo o depósito de gordura adiposa e, ao mesmo
tempo, aumentando a quantidade de energia gasta.
Entretanto, a dieta também foi
importante para criar as condições ideais para que a bactéria do gêmeo magro
pudesse se proliferar. Por isso, cientistas acreditam que uma terapia de emagrecimento
utilizando bactérias intestinais não funcionaria caso o paciente seguisse uma
dieta rica em gordura.
Um dos cientistas responsáveis
pela pesquisa, Jeffrey Gordon, ressaltou a influência das bactérias do aparelho
digestivo na dieta das pessoas. Apesar disso, especialistas não acreditam que o
transplante de milhares de bactérias de pessoas magras venha a ser uma terapia
de emagrecimento viável, devido ao risco de se transportar doenças no processo.
Seria mais provável o transplante
de um grupo exato de bactérias que favoreçam o controle de peso - e o uso de
alimentos que favoreçam sua proliferação no intestino.
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