Por: Alana Gandra. Fonte e fotos: Agência Brasil.
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Desenvolver uma infraestrutura de grande porte para a
exploração de petróleo na camada pré-sal é um dos desafios postos à Petrobras,
que completa, hoje (3) 60 anos de existência. A avaliação é de Segen Farid
Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
“Ela está em uma caminhada que envolve não só a melhoria de
alguns processos, como perfuração, escoamento do óleo e, principalmente, do gás do pré-sal para a terra, como também,
a estrutura das plataformas”, ressaltou o diretor da Coppe.
Segen Farid destacou que vários estaleiros estão
desenvolvendo atividades de construção naval e offshore (alto-mar) para atender aos requisitos do
pré-sal. Paralelamente, as sondas de perfuração completam o processo de
exploração do pré-sal.
“Nós estamos vivendo uma fase de muito desenvolvimento em
termos de infraestrutura”. Os resultados só vão aparecer quando a produção de petróleo
no pré-sal for iniciada”, o que ele estima que ocorrerá daqui a três ou quatro
anos. Farid ressaltou que só a partir de 2019
ou 2020 o país terá um substancial aumento na produção de petróleo.
“Então, eu diria que a Petrobras tem, no seu DNA, o desafio da tecnologia”.
Entre todas as inovações tecnológicas que poderão levar a
Petrobras a dominar a tecnologia do pré-sal, como já domina a de águas
profundas, O diretor destacou o tratamento do gás carbônico, projeto coordenado
pela Coppe em parceria com a estatal, que qualificou de “emblemático e
primordial”.
No pré-sal, muitos reservatórios têm dióxido de carbono
juntamente com óleo e gás. Esse é um gás danoso ao meio ambiente na medida em
que contribui para o aumento da temperatura na Terra. Farid disse que a
separação desse gás e sua eventual reinjeção no reservatório evitaria o efeito
prejudicial do gás carbônico, incluindo problemas corrosivos para as tubulações
que o transportam. Sendo reinjetado, ele pode aumentar a pressão do
reservatório e melhorar o desempenho na produção de petróleo.
Os testes para separar o gás carbônico do gás natural que
vierem a ser produzidos no pré-sal estão sendo iniciados em uma planta piloto
no Centro de Excelência em Gás Natural, inaugurado em agosto passado. Para isso,
ele explicou que estão sendo usadas membranas poliméricas, fruto do trabalho do
Laboratório de Membranas do Programa de Engenharia Química da Coppe. “Se ficar
comprovado nessa escala piloto os resultados obtidos em laboratório, eu
acredito que esse vai ser um grande divisor de águas”.
O pré-sal é uma nova fronteira, assegurou Farid, porque
envolve grandes profundidades, isto é, abaixo de 2 mil metros, grande
afastamento da costa, da ordem de 300 quilômetros, além de o caminho para se
atingir o reservatório apresentar uma camada de sal significativa que pode
chegar a 2 quilômetros de extensão. Todo esse conjunto faz com que a exploração
de petróleo e gás no pré-sal seja algo emblemático.
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