Por: Heloisa Cristaldo. Fonte e fotos: Agência Brasil.
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Tecnologia de computação em nuvem (conhecida também pelo termo em inglês
cloud computing) da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) vai permitir que a
Biblioteca Nacional e a Cinemateca ofereçam acervos digitalizados para consulta
ao público a partir de fevereiro de 2014. O centro de dados compartilhados
(CDC) que permitirá o armazenamento dessas informações será lançado em fase
experimental. O conteúdo oferecido ainda será definido pelas instituições.
Na primeira etapa de construção, o CDC atenderá de forma mais restrita à
comunidade acadêmica do país. A infraestrutura no início terá capacidade
limitada, para que os usuários experimentem a plataforma. Entre os objetivos
estão abrigar grandes volumes de informações e colaborar para a manutenção e a
preservação de dados.
De acordo com o diretor de serviços e soluções da RNP, José Luiz
Ribeiro, a tecnologia permite a redução de custos de instalação,
infraestrutura, equipamentos e recursos humanos, porque toda estrutura se
concentra em um ou vários centros de informações (data centers), em geral à
distância.
“A nuvem é um grande repositório onde são colocadas informações de todo
tipo, como áudio, vídeo, dados e textuais. É um espaço onde se permite o
processamento de informações. As informações que estão no computador são
transferidas para a nuvem, onde uma empresa ou instituição é que vai armazenar
os dados ou mesmo fornecer esse serviço de processamento de dados”, explicou
Ribeiro à Agência Brasil.
Ribeiro destaca que a tecnologia de computação em nuvem necessita de
conexão com internet, já que a infraestrutura, em geral, está localizada à
distância. “Ela depende essencialmente da internet porque as informações
estarão em outro lugar fisicamente, que pode estar na sua própria cidade como
em um outro país, e a conexão com esse data center é feita por meio da
internet”.
Apesar das facilidades oferecidas pela tecnologia, pode haver
fragilidades na segurança das informações. Sobre a computação em nuvem no
cotidiano no cidadão, Ribeiro ressalta que o usuário deve ter atenção ao
contratar a plataforma de computação em nuvem. Informações sigilosas devem ser
criptografadas para serem preservadas.
“O indivíduo precisa estar atento com a questão da privacidade das
informações. Em uma nuvem pública, como é o caso da [oferecida pela] Google,
Amazon e Microsoft, o usuário confia as suas informações a um terceiro, e não
necessariamente essas informações estão seguras. Em alguns casos, pode estar
previsto no contrato a divulgação das informações para o governo ou para um
conjunto de empresas que vão querer, por exemplo, saber o seu perfil de
consumo”, destaca.
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) também já trabalha
com a tecnologia de computação em nuvem. Em iniciativa inédita, a empresa
lançou no início deste mês a primeira nuvem do governo federal. O ambiente
abriga sistemas para o Programa Cidades Digitais. A tecnologia oferece soluções
de educação, atendimento médico hospitalar, gestão e comunicações para cerca de
80 municípios brasileiros.
De acordo com o superintendente de Produtos e Serviços do Serpro, José
Gomes Júnior, a tecnologia permitirá que prefeituras brasileiras tenham estrutura
para montar seus sites.
“Para cada prefeitura ter seu site e todos os sistemas, em um primeiro
momento elas precisariam ter uma infraestrutura de processamento local, um
minicentro de processamento de dados, servidores e licenciamento dos softwares.
O que o Serpro está fazendo é levar toda essa tecnologia às prefeituras, elas
não precisam mais se preocupar em ter essa infraestrutura do outro lado”, disse
o superintendente à Agência Brasil.
O gerenciamento da tecnologia ficará sob a responsabilidade do Serpro em
um centro de dados da própria instituição. O espaço para armazenamento e
processamento de dados será dado de acordo com a necessidade do usuário. Gomes
Júnior explica que a ferramenta de computação em nuvem do Serpro está
disponível apenas para entes governamentais.
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