Por: Heloisa Cristaldo. Fonte e fotos: Agência
Brasil.
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Em 83 cidades, brincadeiras, interação e troca de brinquedos
são as formas como o Dia da Criança será comemorado. A iniciativa promovida
pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Instituto Alana, pretende
estimular a reflexão sobre o consumo consciente do público infantil.
Ao participar pela primeira vez da experiência de trocar
brinquedos, Isabelle Pimenta, de 10 anos, se encantou com as bonecas que
conquistou. “Para mim, mesmo usados, esses brinquedos são novos. Estou feliz
com meu presente”, descreve. Em Brasília, a previsão dos organizadores é reunir
mais de 200 famílias para a troca de mil brinquedos.
Para o pai de Isabelle, Moroni Pimenta, a iniciativa permite
que as crianças compartilhem brinquedos e pratiquem o desapego de objetos que
não usam mais. “O brinquedo que não é mais usado pela minha filha, pode servir
para alegrar outra criança. Essa é uma forma de praticar o desapego de
brinquedos que ficam esquecidos e encostados dentro de casa”, conta.
A infância de Pietra e Marc, filhos de Flávia Krecke, terá
menos consumo, garante a mãe. Ela já participou de outras feiras de trocas de
brinquedos com as crianças e acredita que a ideia pode incentivar os filhos a
ter uma relação diferente diante do consumo e estímulo exagerado da publicidade
infantil.
“A ideia da troca é mostrar que aquele brinquedo é novo para
a criança, já que ela nunca brincou com ele. Assim ela vai se interessar como
se fosse realmente novo. Costumo estimular a troca dentro de casa mesmo, em
família, com os primos e amigos. Não quero criar esse conceito de consumismo
dentro da minha casa. As crianças não precisam de coisas novas o tempo todo”,
diz Flávia.
Para a organizadora do evento e analista ambiental do
Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis do ministério, Mariana Silva, a
atividade permite o diálogo entre as crianças e ajuda no exercício da
argumentação e da negociação. O ministério doará os brinquedos e livros que
restarem da feira de trocas às instituições parceiras.
“Não há problema em consumir, queremos apenas que a pessoa
reflita antes de comprar. Hoje em dia, as crianças já não usam mais o
brinquedo, mas não conseguem se desfazer dele, vão apenas acumulando. O
brinquedo que já não tem tanta graça para uma criança, pode ser a diversão para
outra”, explica .
Durante o evento, foi distribuída a cartilha Consumismo
Infantil: na Contramão da Sustentabilidade, que também é fruto de parceria do
ministério com o Instituto Alana. O material descreve que o processo de educar
para o consumo deve ser iniciado ainda na infância e como a alta exposição das
crianças ao consumo pode trazer prejuízos, como o consumismo exagerado, aumento
da geração de resíduos, a obesidade infantil e a erotização precoce.
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