Por: Carolina Gonçalves*. Fonte: Agência
Brasil
Fotos: 12.senado.gov.br / Ag. Brasil / brasilcultura.com.br
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante do Blog MUSIBOL)
Depois de mais de seis anos tramitando no Congresso Nacional,
a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Música, que ficou conhecida, como
PEC da Música, saiu do papel e passa a valer como lei. Deputados e senadores
promulgaram hoje (15) a emenda feita à Constituição que agora passa a isentar o
setor da cobrança de impostos, o que deve baratear a produção de CDs e DVDs no
país.
Depois de ouvir o hino entoado pela cantora Célia Porto, a
ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse que o Legislativo tem sido muito
sensível às questões da área e destacou que a promulgação da proposta marca “um
dia histórico para quem cria música e para o consumidor que vai comprar mais
barato [CDs e DVDs]”. Segundo ela, a medida garante a competitividade da
indústria nacional. “Colocamos a produção musical em condições melhores de
disputa no setor”, completou.
Artistas como Fagner, Rosemary e Sandra de Sá representaram
os profissionais da música durante a sessão solene e comemoraram a promulgação
da lei. “Esse nosso mercado da música estava tão parado, tão nada. O que digo
agora é que vamos acionar essa cadeia cultural produtiva da música que estava
toda arrasada, parada. Novas pessoas, novos talentos vão gravar para gente dar
uma mexida no mercado. Acho que é uma questão de justiça”, disse a cantora
Rosemary.
Para Fagner, “o Congresso, política brasileira, não poderia
jamais virar as costas para uma causa tão importante e tão emergente que a
gente precisava. A música agradece e abraça todos os que nos apoiaram ao longo
desses anos”
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), defendeu que a medida resulte em benefícios diretos para os
profissionais e para o consumidor. “A isenção da carga alcança 30% do valor
cobrado do consumidor final”, lembrou. No mesmo tom, Henrique Alves e o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), destacaram que o barateamento
do produto, que inclui mídias e também versões digitais em celulares e
internet, devem colaborar para a redução da pirataria.
Para Renan, a nova regra corrige “uma injustiça tributária”,
que fazia com que o produto estrangeiro pagasse menos impostos no Brasil do que
o nacional. “A imunidade tributária vai promover redução de preços dos CDs e
DVDs, permitindo maior acesso a música. Os preços poderão cair entre 30 e 40%”,
disse.
Durante o período em que o texto estava sendo analisado,
artistas, por várias vezes, tomaram os corredores da Câmara e do Senado em
busca de apoio. O texto foi aprovado primeiro pela Câmara, em 2011. No Senado,
a PEC só conseguiu aval no mês passado com a aprovação pela maioria dos
parlamentares.
A medida cria benefícios fiscais para a música brasileira,
reduzindo o custo de produção para estimular o consumo do produto nacional
tanto com a compra de mídias (CD e DVD) quanto pelos meios digitais, quando os
usuários de telefonia e internet “baixam” as músicas nessas plataformas.
Para o autor da proposta, deputado Otavio Leite (PSDB-RJ),
“além de ser um bom instrumento de combate à pirataria é um enorme incentivo
para recuperar o mercado musical brasileiro e voltar a gerar empregos e renda,
estimulando a formalidade”. Leite lembrou que a cláusula que proíbe a cobrança
de impostos sobre o fonograma, estende as regras para videoclipes musicais.
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